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Sanidade Animal

Leishmaniose Visceral: O que você precisa saber


Publicado em: 11/08/2023 13:00 | Fonte/Agência: Assessoria de Comunicação | Categoria: Sanidade Animal

 


O que é

A Leishmaniose Visceral, que também é conhecida como calazar, é uma zoonose – doença que atinge os animais e os humanos – de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. 

Durante o mês de agosto, há a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, instituída pela Lei nº 12.604/2012, que tem o objetivo de incentivar ações educativas e preventivas, promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de vigilância e controle da leishmaniose, apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil e difundir os avanços técnico-científicos relacionados à prevenção e ao combate da doença.

Pensando nisso, confira o material acerca da Leishmaniose Visceral, desenvolvido, em 2023, pela Comissão de Saúde Única do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Goiás (CRMV-GO).

 

Transmissão

É transmitida aos cães e seres humanos pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado, denominado flebotomíneo, conhecido popularmente como mosquito-palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis

O mosquito é da família das moscas, mas pequeno como uma pulga. Esse inseto se desenvolve em locais úmidos e ricos em matéria orgânica em decomposição, como folhas, frutos, lixo orgânico e fezes de animais.

O cão é a principal fonte de infecção para o agente transmissor e, para que a doença ocorra em humanos, o inseto deve picar um cão infectado pelo parasita e depois picar uma pessoa saudável. Depois de picado pelo mosquito, o cãozinho se torna um reservatório do protozoário Leishmania.

Vale ressaltar que a doença não é transmitida por contato direto entre cães e humanos.

 

 Sinais clínicos em cães:

  • Enfraquecimento do pelo;

  • Ferida no focinho, orelhas e região dos olhos;

  • Apatia;

  • Crescimento anormal das unhas;

  • Perda de peso, emagrecimento progressivo e anorexia;

  • Aumento do volume abdominal;

  • Paralisia dos membros.

A leishmaniose tem um diagnóstico difícil. A forma mais comum é pela sorologia – procurando a reação do organismo à presença do agente – e a citologia, que rastreia o próprio parasita. 

É fundamental buscar ajuda de um médico-veterinário habilitado.

 

Sinais clínicos em humanos: 

A doença acomete vários órgãos, principalmente fígado, baço e medula óssea, com sintomas semelhantes a outras enfermidades. É importante procurar ajuda médica no início dos sintomas. Alguns dos principais sintomas são:

  • Inchaço do abdômen;

  • Anemia;

  • Palidez da pele;

  • Indisposição;

  • Febre;

  • Emagrecimento.

 

Diagnóstico e Tratamento

As pessoas ou cães suspeitos deverão ser encaminhados à uma Unidade de Saúde Pública para realização de exames laboratoriais. O Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de exames gratuitos para humanos e cães em caso de suspeita.Por ser uma doença grave, o diagnóstico deverá ser feito o mais rápido possível para o início do tratamento. 

No SUS, o tratamento é disponível apenas para humanos. Cães com diagnóstico positivo podem ser tratados na rede veterinária particular.

Não existe cura parasitológica para os cães. O acompanhamento veterinário deverá ser realizado durante toda a vida do animal e o tratamento reduzirá a carga parasitária e o potencial de infecção para os flebotomíneos.

Não deixe de procurar um médico-veterinário do SUS para se informar sobre os serviços oferecidos pela rede pública. 

 

Prevenção

O Brasil ainda é um dos 6 países com mais diagnósticos de leishmaniose visceral a cada ano. Além disso, cerca de 90% dos casos da Leishmaniose Visceral Canina na América Latina também acontecem no Brasil.

Existe vacina para a leishmaniose. O antídoto deve ser tomado em 3 doses com intervalo de 21 dias. O reforço anual deve ser feito a partir da data da primeira imunização. 

Especialistas alertam, no entanto, para a necessidade de controlar o mosquito e a transmissão do protozoário – com a higiene dos ambientes e uso de repelentes nos animais.

 

Confira algumas medidas para evitar a doença em cães:

  • Uso de coleira repelente (deltametrina 4%)

  • Evitar locais com aglomerações caninas.

 

Confira medidas para controlar e reduzir a quantidade de insetos vetores (flebotomíneos ou mosquito-palha):

  • Manter a limpeza de quintais, terrenos e praças;

  • Não deixar lixo acumulado e acondicioná-los corretamente;

  • Recolher folhas, fezes de animais, madeiras e restos de alimentos;

  • Evitar criação de porcos e galinhas em área urbana.

 

Confira algumas medidas para evitar a doença em humanos:

  • Evitar áreas de mata;

  • Utilizar repelente em regiões com transmissão confirmada;

  • Optar por usar mangas compridas, calças e sapatos fechados;

  • Não se expor nos horários de atividade do vetor (crepúsculo e noite).

 

Notificação

O CRMV-GO alerta que a Leishmaniose Visceral é uma doença de notificação obrigatória. 

Por isso, em caso de suspeita da doença em humanos ou cães, entre em contato com uma Unidade de Saúde Pública para que o caso seja conduzido e acompanhado adequadamente.

 

Em Goiás:

Superintendência de Vigilância em Saúde

Coordenação Estadual de Zoonoses

(62) 3201-2683

[email protected]


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