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Pegada Hídrica


Publicado em: 00/00/0000 00:00 | Categoria: Geral

 


Água, por que te quero?

 

Entender a água como elemento fundamental para a vida e para a economia é um passo importante para que o Brasil torne-se verdadeiramente um país desenvolvido. Ter água de qualidade significa, também, ter uma população mais saudável, um meio ambiente melhor uma economia mais fortalecida.

 

O consumo de água no planeta está ligado às diversas funções da água, tanto no cotidiano das pessoas, como na produção de alimentos, roupas, papel e entre outros. E, a quantidade de água usada para esses meios é enorme e muitas vezes desproporcional. Segundo dados da Water Footprint, para produzir um quilo de carne bovina, por exemplo, são gastos 15,5 mil litros de água, um pouco mais que os dez mil litros de água gastos para fazer um quilo de algodão.

 

Compreender como fazer um uso mais sustentável e equitativo da água é um dos grandes desafios que se colocam a empresas e cidadãos para as próximas décadas. Nesse contexto, surge o conceito de Pegada Hídrica. E você conhece sua pegada hídrica? Se nunca ouviu falar sobre Pegada Hídrica, é bom saber, ela é um indicador do uso da água que analisa seu uso de forma direta e indireta, tanto do consumidor quanto do produtor. A Pegada Hídrica de um indivíduo, comunidade ou empresa é definida como o volume total de água doce que é utilizado para produzir os bens e serviços consumidos pelo indivíduo, comunidade ou produzidos pelas empresas.

 

A Pegada Hídrica é dividida em três tipos: a azul, que mede o volume das águas de rios, lagos e lençóis freáticos, usualmente utilizadas na irrigação, processamentos diversos, lavagens e refrigeração; a pegada hídrica verde, que se relaciona à água das chuvas, necessária ao crescimento das plantas; e a pegada hídrica cinza, que mede o volume necessário para diluição de um determinado poluente até que a água em que este efluente foi misturado retorne a condições aceitáveis, de acordo com padrões de qualidade estabelecidos.

 

Sendo assim, com base nos dados da ONU, a Pegada Hídrica de cada brasileiro é de 2.027 m3/ano, que está acima da média global de 1.385 m3/ano. Isso ocorre basicamente por causa da nossa relevante produção agrícola. Outra informação interessante é que 9,2% desta Pegada Hídrica per capita se refere a produtos importados, ou seja, é a água virtual contida nos produtos que importamos.

 

Sobrevivemos às mudanças climáticas, hiperinflação,  excesso de impostos, períodos de recessão, estamos atordoados com as frentes de corrupção, mas como sobreviver e progredir nos negócios sem água?  Não é possível aceitar que esparsas campanhas de diminuição de consumo de água pela população resolvam o problema. É preciso que o agronegócio e o setor industrial participem efetivamente na gestão e o no uso sustentável dos recursos naturais.

 

Nós, Médicos Veterinários e Zootecnistas, precisamos saber gerenciar bem o uso da água quando atuamos nos processos produtivos, pois somos responsáveis pelo futuro da alimentação no Brasil e no mundo. Cerca de 72% da água captada no país vai para a produção agrícola, o que está em linha com a média de 70% no mundo, segundo a ANA (Agência Nacional de Águas). O fato é que não há como produzir alimentos, fibras e outros produtos agrícolas sem água. Se considerarmos a dependência do agronegócio neste recurso e o conteúdo de água em produtos como leite (85% a 90%), mel (13% a 23%), carne (70% a 75%) e ovo (75%), poderíamos até criar o termo “agrohidronegócio”.

 

Finalizando, podemos então concordar em uma coisa: o Brasil tem água o bastante para todos, mas precisamos aprender a geri-la de forma mais eficiente e combater os desperdícios.

 

 

22 de março - Dia Mundial da Água

 

 

 

Méd. Vet. Márcia Cristina Barnabé

Membro da Comissão de Responsabilidade Técnica do CRMV-GO

Mestre em Produção Animal

Especialista em Certificação Ambiental e Produção Mais Limpa

 

 


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