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Saúde Única

Médicos-veterinários desempenham papéis fundamentais no combate às arboviroses


Publicado em: 23/01/2024 13:00 | Fonte/Agência: Assessoria de Comunicação | Categoria: Saúde Única

 


Arboviroses são enfermidades transmitidas naturalmente entre os animais e o ser humano, causadas especificamente por arbovírus e transmitidas por artrópodes, principalmente insetos como mosquitos. 

As arboviroses mais comuns em ambientes urbanos são: dengue, chikungunya e zika, doenças que representam graves problemas de saúde pública. O agravamento do cenário epidemiológico atual, no que diz respeito às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, alcançam uma ampla distribuição geográfica, atingindo países tropicais e subtropicais de diversos continentes.

Paralelamente às arboviroses urbanas, observamos a ocorrência permanente e avanço da febre amarela em ambientes silvestres, com tendência cada vez maior da aproximação dos espaços urbanos. Isso vale também para a presença dos vetores transmissores, mosquitos do gênero Haemagogus e Sabetesi, transmitido em ambientes de matas para primatas não humanos e humanos,  aumentando o risco permanente da reurbanização, espaço em que o Aedes é o principal transmissor.

O médico-veterinário, reconhecido como um profissional de saúde pública pelo Conselho Nacional de Saúde (Resolução 287/1998) e pelo próprio Ministério da Saúde (Portaria 639/2020), é um agente crucial no combate às arboviroses, visto que possui conhecimentos técnicos em relação a profilaxias, diagnóstico clínico e laboratorial, terapêuticas, epidemiologia, inspeção, vigilância, extensão, educação, prevenção e aplica-os na promoção à saúde pública. 

 

Cenário de arboviroses no Brasil 

O Brasil enfrenta um complexo cenário epidemiológico, caracterizado pela circulação simultânea de três arboviroses urbanas de elevada magnitude e de importantes impactos para a saúde pública: dengue, chikungunya e zika. Todas são transmitidas pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti.

Líder de casos nas Américas, o Brasil convive com casos sustentáveis de dengue, desde 1986, com períodos epidêmicos e interepidêmicos. Destaca-se a situação epidemiológica grave da década de 2010 a 2019 por ter concentrado o avanço territorial de transmissão, além de um acúmulo inédito de epidemias sequenciais nos anos de 2013, 2015, 2016 e 2019, todas com mais de 1,3 milhão de casos registrados.

O Aedes aegypti é um vetor de transmissão de muita competência, complexidade e versatilidade, além de ser extremamente bem adaptado aos espaços urbanos, sempre próximo ao homem. Por outro lado, dengue, zika e chikungunya são doenças de caráter educacional e ambiental, cujos indicadores apontam necessidade de maior investimento em educação básica, assim como de saneamento sanitário e fornecimento de água potável.

O sistema de saúde, por sua vez, também deficitário, requer linhas de financiamento para melhor estruturação e regularidade dos programas de controle instalados. As bases operacionais de controle das arboviroses em grande parte dos municípios brasileiros estão instaladas em Centros de Controle de Zoonoses (CCZs) e Unidades de Vigilância de Zoonoses (UVZs). Na última década, essas unidades foram precarizadas, com desvio de função na saúde pública, fato que também comprometeu a atuação efetiva da entomologia e as ações de campo.

As alternativas mais sustentáveis para a busca de equilíbrio epidemiológico passam por mais investimentos em várias áreas, desde a ciência até a estruturação e sustentabilidade de programas de controle, de fortalecimento dos CCZs\UVZs e dos laboratórios de entomologia. Também requer a integração com segmentos do meio ambiente, aplicabilidade do princípio da saúde única e vigilância ativa, por meio do monitoramento de primatas (no caso da febre amarela), dos vetores e da ampliação da vacinação humana em áreas vulneráveis. 

 

Fonte: CFMV.


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