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Geral

Animais de Laboratório


Publicado em: 11/09/2017 00:00 | Categoria: Geral

 


Organizado pela Comissão Estadual de Bem-Estar Animal do CRMV-GO, sob a presidência da Méd. Vet. Ekaterina Akimovna Botovchenco Rivera, que recebeu o título de Notório Saber, em julho, da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi realizado nos dias 1 e 2 de setembro o Curso sobre Cuidados e Manejo de Animais de Experimentação, no auditório do CRMV-GO. A professora Ekaterina é a primeira pessoa na história da UFG a conquistar o título de Notório Saber.


O Curso sobre Cuidados e Manejo de Animais de Experimentação retratou bem a dimensão do trabalho da professora aposentada do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG e que preside a Comissão de Bem-Estar Animal do CRMV-GO (CEBEA). Os médicos veterinários e outros profissionais presentes no evento puderam perceber a importância da ciência dos animais de laboratório, uma área ainda nova e considerada polêmica por muitos segmentos da sociedade por falta de conhecimento. A área infelizmente atrai poucos Médicos Veterinários, como lamentou Rivera.


A legislação que regulamenta o uso científico de animais no Brasil foi publicada em 2008, com a Lei 11.794. A lei foi sancionada após 13 anos de debate parlamentar e ficou conhecida como Lei Arouca, em homenagem a Antônio Sérgio Arouca, um importante médico sanitarista e político brasileiro falecido em 2003 antes de presenciar a aprovação da lei e sua devida regulamentação, o que aconteceu pelo decreto 6.899, de 15 de julho de 2009.


Hoje, cerca de 60% dos animais usados em pesquisa são ratos e camundongos e 22% são aves. Esses animais são importantes fontes de estudos e pesquisas para o desenvolvimento de vacinas, como a recente vacina contra dengue lançada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e novas descobertas para cura ou controle de doenças na medicina e medicina veterinária.


O curso no CRMV-GO abordou temas importantes como: legislação, tipos de biotério e ambiência para animais de laboratório, status sanitário, e-status genético dos animais, medicina preventiva e doenças, dor e estresse, analgesia e anestesia, vias de administração e coleta, biossegurança, pontos finais humanitários e eutanásia.


Para a presidente da CEBEA, é preciso que o médico veterinário que trabalha na área da ciência de animais de laboratório faça uso ético dos seres vivos usados em pesquisas sempre pesando os benefícios desse trabalho para a sociedade evitando causar efeitos adversos para os animais. A meta da Ciência de Animais de Laboratório é ajudar os pesquisadores a realizar pesquisas biomédicas e agrárias sempre pensando no bem-estar dos animais e na obtenção de dados científicos confiáveis, o que se traduz em uma melhor qualidade de vida para os homens e os animais. As diretrizes para o uso de animais de laboratório são norteadas pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) e todos os projetos que envolvem animais precisam ser aprovados por uma Comissão de Ética no Uso de Animais. Enfatiza-se que devem constar nestes projetos informações sobre o médico veterinário responsável técnico devidamente registrado no CRMV de seu Estado.


Conforme o Manual de Responsabilidade Técnica do CRMV-GO, o RT deve ser responsável pela criação, saúde e bem-estar dos animais tanto de produção quando de experimentação. Ele deve também prestar atendimento e serviços específicos da medicina Veterinária como diagnóstico, tratamento e controle de doenças, patologia e reprodução para animais de laboratório, desenvolver ações de medicina veterinária preventiva e orientar quando à aquisição, transporte e quarentena dos animais.


O profissional que deseja atuar com animais de laboratório deve conhecer a biologia e a etologia da espécie animal com o qual ele vai trabalhar para evitar o manejo inadequado que pode gerar maus tratos por falta de informação. Sabe-se que o conhecimento obtido apenas na graduação em Medicina Veterinária não é suficiente para atuar com determinadas espécies, que possuem necessidades específicas, segundo Ekaterina. Camundongos, por exemplo, são diferentes de ratos, de hamsters e de outros roedores, portanto conhecer a fundo a biologia do animal significa aproveitar melhor todos os dados que a pesquisa pode oferecer e garantir o bem-estar dos animais. Atualmente é possível fazer pesquisa sem causar dor e sofrimento aos animais, pois todos os projetos seguem rigorosos princípios éticos que regem o uso de animais em pesquisa, ensino e testes, como explicou a presidente da CEBEA.

 

Anote

 

Congresso Internacional da Ciência de Animais de Laboratório

Data: 17 a 20 de junho de 2018

Local: Centro de Eventos da UFG, em Goiânia

Informações: www.sbcal.org.br e (62) 3241-3939.

 


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